As férias não foram como sonhamos. Sem viagens, sem visitas aos amigos e com muita atenção para manter o combate ao vírus e a saúde emocional. Com a sensação de que o natal e ano novo foram um dia desses, já voltamos a falar de escola. Pois é. A Educação não sai da nossa mesa.
Para os gestores, docentes e famílias pensar em organizar como será esse retorno é uma das tarefas mais complexas sobre a mesa. A decisão não é simples, os múltiplos cuidados com a saúde, a necessidade de atendimento das redes públicas e privadas e o medo de lidar com o desconhecido. A difícil decisão de assinar o retorno junto com o atestado de óbito.
Se por um lado o número de infectados tem aumentado exponencialmente, por outro lado muitas escolas e redes já se preparam à meses para essa volta. O Estado de SP, é uma das redes que mais têm investido diretamente nas unidades escolares, e mesmo assim, ainda há muito o que fazer.
Um fato devemos colocar destaque: professores, gestores e estudantes não pararam um só dia. O retorno ao espaço comum, ao templo sagrado do conhecimento e ao palco do saber, digo a SALA DE AULA, é o que todos mais desejam.
Algumas escolas particulares optaram pelo retorno em modo remoto, dando continuidade no modelo que terminou o ano letivo de 2020. Decisão acertada. Protege o estudante e as famílias e garante (dentro dos limites) o avanço das aprendizagens.
Nas redes públicas a equação é um pouco mais complexa, a decisão envolve a vulnerabilidade das famílias, o risco de contato das diferentes etapas de ensino e não se pode desconsiderar os dados. Ou seja, o numero de estudantes e alunos das redes municipais é um desafio com ou sem pandemia.
Acompanho as redes de ensino do Alto Tiête, e a maioria tem optado pelo retorno remoto. Decisão acertada. No entanto, é fundamental que essa decisão mantenha vínculos com o combate ao vírus, ampliação de leitos nos municípios, distribuição de merenda para os estudantes em maior vulnerabilidade,acesso à rede de dados e plataformas digitais. E se não for sonhar muito… até computadores ou tablets para os estudantes de rede pública.
Será que não podemos sonhar com o que tem de melhor na rede privada também para a rede pública?
Que o retorno não seja abreviado ou imprudente, mas que o atendimento seja de excelência e garanta o direito de aprendizagem das crianças. Mantenha o respeito e a dignidade dos profissionais do ensino.
Sonhar com escola de qualidade ainda não é crime. Sonho que se sonha junto pode ser realidade.